O jeans do futuro, entre a alta tecnologia e a sustentabilidade

AFP /Agence France-Presse


O jeans do futuro combinará o desenvolvimento sustentável com a alta tecnologia, ajudando os usuários a se orientarem pelas ruas, classificando seus e-mails e mantendo seu corpo na temperatura adequada.

Entre as inovações apresentadas no Salão Denim Premiere Vision, que reúne 80 expositores internacionais na quarta e quinta-feira em Paris, se destaca uma jaqueta jeans impermeável, equipada com tiras de painéis solares e um cabo no bolso para carregar o celular. 

Sua criadora, a estilista holandesa Pauline van Dongen, utilizou fios de jeans usados.

O fabricante brasileiro Vicunha Têxtil propõe um tecido termorregulador, que mantém o corpo em uma temperatura constante graças à uma microfibra utilizada normalmente em roupas esportivas. 

Já o americano Cone Denim emprega uma fibra robusta que é usada especialmente em equipamentos para motociclistas.

A start-up francesa Spinali Design aposta em uma calça jeans com sensores na cintura e uma conexão bluetooth com o smatphone que ajuda o usuário a se orientar durante seus deslocamentos.

"Você insere um destino no aplicativo e os sensores vibrarão à direita ou à esquerda" em função da rota, explica à AFP Romain Spinali, responsável de inovação da empresa.

A peça, fabricada na França, é vendida por 150 euros. Seus designers trabalham, ainda, em uma função destinada a classificar os e-mails: o jeans "vai vibrar de formas diferentes, dependendo de se você receber uma mensagem de sua família, amigos ou trabalho, para que você não tenha que verificar sistematicamente seus e-mails nos fins de semana ou nas férias", explica Spinali.

- Lavagem sem água -

O gigante americano da internet Google trabalha com a marca Levi Strauss para fabricar roupas que permitam comprar produtos à distância graças a um tecido especial interativo.

Mas o jeans do futuro, para muitos expositores do Salão, é também uma peça de roupa que respeita o meio ambiente.

Hoje o consumidor é mais exigente neste sentido, "principalmente com o jeans, porque é um produto um pouco controverso, que nem sempre tem boa reputação, e os fabricantes se veem obrigados a empreender iniciativas mais ecológicas", explica Marion Foret, responsável de produtos de moda do Salão.

Assim, as marcas "usam algodão orgânico, ou que se sabe de onde vem, fazem lavagens que não utilizam água e empregam tinturas que não despejam produtos poluentes no meio ambiente", assegura.

Alguns propõem, além disso, informar melhor o consumidor, como o fabricante paquistanês Artistic Fabric Mills, que desenvolveu um aplicativo para que o usuário possa conhecer a história de um jeans.

1º ENCONTRO PEFC CERFLOR DE SUSTENTABILIDADE




Reunir os principais protagonistas da certificação florestal do Brasil para compartilhar experiências bem sucedidas e mostrar como a prática valoriza - ainda mais - empresas, marcas e produtos. 

Esse é o objetivo do 1º Encontro PEFC CERFLOR de Sustentabilidade que acontecerá no próximo dia 16 de maio, em São Paulo/SP.

O evento é uma iniciativa do PEFC International, com realização do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e conta com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

O PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification) é o maior sistema de certificação florestal do mundo e reconhece internacionalmente o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (CERFLOR).

LOCAL DO EVENTO

Auditório da CNI (Confederação Nacional da Indústria) - Rua Surubim, 504 - 9º andar, Brooklin Novo, São Paulo - São Paulo

Acesse o site do evento - Leia mais... → - 




































Accor abre Novotel sustentável em Londres; conheça

Divulgação
Um dos quartos do novo empreendimento
Um dos quartos do novo empreendimento

Foi inaugurado hoje em Londres o Novotel Canary Wharf. Localizado no complexo de edifícios de mesmo nome, o empreendimento conta com 313 quartos, incluindo 26 suítes projetadas individualmente, e oferece nove salas de reuniões com design baseado nas commodities trazidas das Ilhas Canárias. 

O hotel também dispõe de academia, piscina e sauna no piso inferior, além de acesso gratuito a wi-fi.

"Unindo-se a uma rede de 33 hotéis da marca Novotel no Reino Unido, esta unidade é um excelente exemplo da nossa ambição de criar uma acomodação inovadora, com apartamentos sustentáveis que atendem às necessidades em constante mudança do hóspede moderno, bem como fornecer serviços de primeira classe para a população local”, afirma o diretor geral da Accor Hotels no Reino Unido e Irlanda, Thomas Dubaere.

O Novotel Canary Wharf será o primeiro da rede no Reino Unido a ter uma horta e está alinhado ao plano Planet 21 da Accor Hotels, que apoia a agricultura urbana por meio da plantação de mil hortas nos hotéis do grupo até 2020.

Os visitantes podem desfrutar de vistas panorâmicas de Londres nos últimos andares do restaurante Bokan 37, do bar Bokan 38 e do terraço Bokan 39, e também terão à disposição o Canary Coffee, no piso térreo, que foi elaborado para atender às necessidades da população que trabalha no local, além dos hóspedes do hotel.

Acabamos de ultrapassar o maior nível de CO2 na atmosfera em milhões de anos

Por HS

                                Guy Gorek / Flickr


O mundo acabou de passar por um novo marco climático. Os cientistas tinham previsto que isso aconteceria este ano – e aconteceu.

O Observatório Mauna Loa, no Havaí, registou a semana passada a sua primeira leitura de dióxido de carbono com mais de 410 partes partes do gás por milhão de moléculas de ar: 410,28 ppm.

Segundo a Scientific American, o dióxido de carbono não atingia níveis tão altos há milhões de anos. 

Os números representam a nova atmosfera com que a humanidade terá de lidar no futuro – uma atmosfera que está a absorver mais calor e a fazer com que o clima mude a um ritmo acelerado.

No que já se tornou uma tradição de primavera, o dióxido de carbono tem vindo a estabelecer todos os anos nesta altura um recorde anual desde que começaram as medições.

Em 1958, quando os registos começaram a ser feitos, em Mauna Loa, os níveis de CO2 eram de 280 ppm. 

Em 2013, tinha ultrapassado pela primeira vez as 400 ppm. Apenas quatro anos depois, a marca de 400 ppm já não é uma novidade – é a norma.

“É muito deprimente que o marco das 400 ppm tenha sido derrubado”, declarou o mês passado ao portal do centro de pesquisa Climate Central Gavin Foster, investigador paleoclimático da Universidade de Southampton.

“Esses marcos são apenas números, mas dão-nos a oportunidade de fazer uma pausa, fazer um balanço e comparações úteis com o registo geológico”, disse Foster.

El Niño e emissões humanas

No início deste ano, cientistas do Met Office, do Reino Unido, emitiram a sua primeira previsão, tendo projectado que o CO2 poderia chegar às 410 ppm em março – e que quase certamente chegaria a esse nível em abril. A sua previsão foi confirmada com o registo diário da passada terça-feira, dia 18.

A animação feita pela NASA, mostra como o dióxido de carbono se move à volta do planeta. 

De acordo com os cientistas, a projecção é que a média mensal de dióxido de carbono na atmosfera chegará a um pico próximo de 407 ppm em maio, estabelecendo um novo recorde do valor de média mensal de CO2 na atmosfera.

As concentrações de dióxido de carbono têm subido vertiginosamente nos últimos dois anos, devido em parte a factores naturais como o El Niño, fazendo com que uma quantidade maior do composto acabe na atmosfera.

Porém, o aumento é principalmente impulsionado pelas quantidades recorde de dióxido de carbono que os seres humanos estão a produzir, em particular com a queima de combustíveis fósseis.

“A taxa de aumento irá diminuir quando as emissões diminuírem”, afirma Pieter Tans, cientista da NOAA, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, em entrevista à Scientific American.

“Mas o nível de dióxido de carbono ainda continuará a subir, embora mais lentamente. Apenas quando as emissões forem reduzidas a metade do valor actual o nível de dióxido de carbono atmosférico vai parar de aumentar”, conclui Tans.

Mesmo assim, ainda que as concentrações de dióxido de carbono parassem de aumentar, o impacto das mudanças climáticas vai estender-se por séculos futuros.

Nos últimos anos, o planeta aqueceu 1°C, incluindo uma constante de 627 meses consecutivos de calor acima do normal. O nível do mar aumentou 30 centímetros, e os oceanos acidificaram-se. 

Além disso, o calor extremo tornou-se mais comum.

A este ritmo, estamos a encaminhar-nos para que até meados deste século venhamos a ter um clima nunca visto em 50 milhões de anos.



Mudança climática acidifica oceanos e pode prejudicar vida marinha

Acidificação causada por dióxido de carbono (CO2) pode afetar espécies vegetais marinhas e prejudicar cadeia alimentar

Imagem de satélite mostra fitoplâncton florescendo na superfície do oceano, formando uma faixa de cor leitosa (abaixo, à direita) – Foto: Divulgação / Nasa
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Amostras de espécies vegetais marinhas (fitoplâncton) analisadas em pesquisa do Instituto Oceanográfico (IO) da USP mostram os efeitos futuros das mudanças climáticas nos oceanos. 

O trabalho do pesquisador Marius Müller revela que a acidificação dos oceanos, causada pelo aumento das emissões antropogênicas (feitas pela atividade humana) de dióxido de carbono (CO2), prejudica a calcificação de fitoplâncton, podendo interferir na cadeia alimentar marinha. 

Ao mesmo tempo, o estudo traz indícios do aumento da fotossíntese das algas, o que pode ampliar a absorção de CO2 do oceano e reduzir os efeitos do aquecimento global.

Em parceria com pesquisadores da Universidade da Tasmânia (Austrália), Müller coletou amostras de fitoplâncton calcificado na região do Oceano Austral, cujas águas banham a Antártida. 

“A importância dos fitoplânctons é pouco conhecida. Por exemplo, são eles os responsáveis pela produção da metade do oxigênio que a população da Terra respira”, destaca. 

“Os fitoplânctons também são importantes porque são a base da cadeia alimentar no ambiente marinho, assegurando a sobrevivência de diversas espécies de animais.”


.Calcificação de fitoplâncton no estágio atual dos oceanos (esq.) e na simulação do aumento da acidificação das águas (dir.) – Imagem: cedida pelo pesquisador

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Depois da coleta das amostras, foram isoladas em laboratório algas da espécie Emiliana huxleyi, que pertence ao gênero dos cocolitóforos. 

“São algas microscópicas, com 5 a 10 micrômetros de diâmetro cada uma, que produzem placas de carbonato de cálcio”, conta o pesquisador. 

“Quando elas florescem na superfície do oceano em grande quantidade, formam uma grande faixa de cor leitosa, que pode ser vista em imagens de satélite.”
Mudanças climáticas

As algas foram cultivadas e submetidas a experimentos que simulam as condições futuras dos oceanos. 

“Um dos fenômenos estudados foi a acidificação do oceano, causada pelo aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) devido à atividade humana”, relata Müller. 

Em contato com a água, o CO2reage e forma o ácido carbônico, que diminui o pH das águas oceânicas. “Também foram verificados os efeitos da diminuição de nutrientes no crescimento e no desenvolvimento do fitoplâncton.”


.Amostra de fitoplâncton no banco de microrganismos do Departamento de Oceanografia Biológica do IO – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

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Os resultados do estudo apontam que a maior acidez da água e a limitação de nutrientes afetam a formação das placas de carbonato de cálcio. 

“Elas se deterioram e, em alguns casos, até não chegam a se formar, ou seja, não há calcificação”, ressalta o pesquisador. 

“Isso pode afetar a cadeia alimentar marinha, hipótese que precisa ser verificada por novas pesquisas.”

Pesquisador Marius Müller simulou efeitos futuros das mudanças climáticas em espécies vegetais marinhas – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

A pesquisa também mostrou que, quando é simulado o aumento das emissões, o efeito relativo do CO2 no desenvolvimento do fitoplâncton é o mesmo com nutrientes suficientes ou limitados. 

“Na verdade, é possível supor que com mais CO2 na água, as algas fazem mais fotossíntese, o que auxilia no crescimento do fitoplâncton”, observa Müller. 

“Isso pode aumentar a capacidade de absorção de CO2 do oceano, incluindo o de origem antropogênica.”

A pesquisa foi orientada pelos professores Frederico Brandini, do IO, e Gustaaf Hallengraeff, da Universidade da Tasmânia. 

O estudo teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do programa Ciência sem Fronteiras e do Australian Research Council (ARC). 

Os resultados dos experimentos são descritos em artigo publicado pela revista científica The ISME Journal, editada pela International Society for Microbial Ecology (ISME) e que integra o Nature Publishing Group, sediado no Reino Unido.

Mais informações: e-mail mnmuller@usp.br, com Marius Müller

Educação e Sustentabilidade




















A fragilidade da natureza é mais uma das crenças arrogantes e autocentradas da espécie humana; a Terra nos precede de bilhões de anos, e estará aqui quando não estivermos mais. 

Nossa capacidade de destruição é imensa, proporcional à estupidez: podemos, sim, arrasar montanhas, criar ilhas de garrafas plásticas nos mares, desmatar sem qualquer limite, envenenar rios e o próprio ar, podemos até aniquilar outras espécies.

Se prosseguirmos nessa loucura destruiremos nosso habitat e a nós mesmos, moral e materialmente; e uns poucos séculos depois disso, planeta estará recuperado, porém não mais para nós.

Felizmente para a humanidade o alarme parece ter soado, a consciência ambiental e a necessidade de buscar formas sustentáveis de desenvolvimento têm ocupado o pensamento, e algumas ações, de inúmeras instituições nas últimas décadas.

Em 2000 a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, com o apoio de 191 nações inclusive o Brasil, oito metas que ficaram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). 

Essas metas foram complementadas e ampliadas em 2015 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que preveem ações mundiais em erradicação da pobreza, segurança alimentar/agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, água e saneamento, energia, redução das desigualdades.

O Brasil, em particular, tem na erradicação da pobreza uma de suas prioridades, se pretender efetivamente um desenvolvimento sustentável; mas é na dimensão institucional, isto é, na sua capacidade de colocar em prática os ODS que as maiores dificuldades aparecem.

O objetivo de obter educação de qualidade, essencial inclusive para a capacitação de maior número de pessoas para o trabalho trazendo-as acima da linha de miserabilidade, esbarra no imenso número de crianças sem acesso a escolas e também no problema dos adultos não alfabetizados.

Alfabetização e educação de qualidade resultam também de ações efetivas no que tange às populações marginalizadas pelas políticas públicas de desenvolvimento assumidas pelo país; educar adultos é tarefa para a qual Vigotski já nas primeiras décadas do século passado alertava que deveriam ser levados em conta: 
“a organização social do trabalho; 
a intencionalidade consciente das ações, 
o uso de meios indiretos (ferramentas e signos), 
tendo em vista também necessidades subjetivas, 
[...] descoladas [...] de seu caráter imediato”.

Sem educação não poderemos combater a pobreza, a fome, melhorar a saúde da população e preservar a água. 

Dela depende também o desenvolvimento de tecnologias com energias renováveis e trabalhos decentes, além da industrialização da nação; seu papel é fundamental para reduzir desigualdades com menor consumismo e desenvolvimento mais sustentável nos eixos econômico, social, ambiental e cultural.

Uma nova mentalidade, um novo paradigma socioeconômico, uma nova modalidade de atividade produtiva tem sido iniciados aqui ou acolá, mas sem concordância entre pares, pois exigiria um conhecimento tecnológico maior do que possuímos atualmente. 

Segurança sobre todas as decisões envolvendo meio ambiente e manutenção da vida humana por longos prazos são ainda difíceis, a industrialização crescente de novos produtos, alguns com riscos inerentes, excedem nossa capacidade de análise das suas consequências, educação para a ciência e tecnologia são deficitárias no país.

Sem bom sistema educativo, é impossível pensar em cidadania, na qual os princípios de universalidade e equidade estão associados ao exercício da justiça; este é o ponto de partida para o compartilhamento de experiências, para a recuperação de nossa plena humanidade de conexão de uns com os outros e coexistência pacífica com o planeta por muitas e muitas gerações.

Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.

Fonte:
Wanda Camargo

Brasil ganha a primeira cidade inteligente social do mundo


Projeto da entrada da Smart City Laguna – Divulgação



Ceará será palco da Smart City Laguna, uma cidade com projeto sustentável e racional do planejamento à construção. 

Conheça!

Ter notícias sobre cidades sustentáveis ou, sobretudo, de uma cidade inteligente não é muito comum por aqui. O que é uma pena, uma vez que metrópoles que seguem tais conceitos são mais eficientes do ponto de vista ambiental e econômico, além de socialmente positivas, com vistas ao bem-estar de seus cidadãos. 

Porém, na contramão da realidade nacional, o projeto piloto Smart City Laguna chegou ao Brasil para provar que o país tem tudo para adotar cidades mais verdes, com excelente planejamento e menos impactos à sociedade e natureza.

Concebido em 2011 e após três anos de elaboração, organização e estudos técnicos, foi dado início às obras do empreendimento, que terá todo o seu núcleo urbano entregue até dezembro de 2020. 

O projeto da cidade inteligente promete “criar uma infraestrutura de alto padrão e definitiva, na qual a necessidade de manutenção seja mínima, com residências de padrão arquitetônico moderno e harmonioso aliado a conforto e funcionalidade”. 

A ideia é proporcionar um qualificado perfil inovador, mas acessível a todos e não só a níveis de renda mais elevado.


Susanna Marchionni, da 
SG Desenvolvimento


Quem explica o objetivo da iniciativa é Susanna Marchionni, administradora da SG Desenvolvimento, empresa responsável por realizar o projeto no Brasil. 

Segundo ela, a “cidade projetada para o futuro” será composta por habitações sociais para 25 mil moradores – seguindo os padrões do programa “Minha Casa, Minha Vida” –, tendo sido estrategicamente construída no distrito de Croatá, em São Gonçalo do Amarante (CE), por ser considerada uma relevante via comercial e por seu alto potencial de valorização e desenvolvimento econômico.

Os pilares da Smart City Laguna, segundo o Grupo Planet, 
empresa italiana idealizadora do projeto – Divulgação


Smart City em detalhes – sustentabilidade e tecnologia

Tratando-se de uma obra que envolve o desenvolvimento estrutural iniciado, literalmente, da terra bruta, o projeto da cidade inteligente cearense tem como prioridade a racionalização dos processos com o intuito de diminuir ao máximo o impacto ambiental. 

A começar pela pavimentação com intertravados, que conta com procedimentos automatizados e produção não poluente. Já para a construção das casas será empregada tecnologia de fôrmas, que permite agilidade, reduz a geração de resíduos e elimina o desperdício de materiais.

Uma indústria de pré-moldados foi instalada no local,
automatizando os processos – Divulgação


Em relação ao paisagismo adotado aos 7.400 lotes da cidade sustentável – desses, aproximadamente 2.400 destinados à edificação de habitações –, Susanna observa que para o cultivo de áreas verdes a escolha foi por matéria orgânica e mudas com base na compostagem, considerada uma das formas mais eficazes de reciclagem de materiais orgânicos. 

“Outra vantagem é a redução significativa na emissão de gases potencialmente nocivos à saúde e a diminuição de 70% do volume de resíduos naturais”.


Divulgação



Os demais métodos construtivos, sociais e tecnológicos incluirão:


– Um projeto urbanístico pensado para atender as necessidades dos habitantes relacionadas a acessibilidade, mobilidade, segurança e o que mais envolver qualidade de vida.

– Ruas e avenidas com ligação tubular e distribuição de cabeamento elétrico subterrâneos.

– Iluminação pública com lâmpadas de LED em postes que dispõem de painéis fotovoltaicos.

– Estação de abastecimento de carros híbridos e medidores inteligentes para as moradias.

– Uma inédita concepção conceitual de planejamento urbano, que leva em conta a distribuição das áreas verdes por todo o empreendimento.

– Destinação de 70% da drenagem de águas pluviais para a lagoa da cidade, que irá passar por uma intervenção de revitalização e perenização.

– O projeto “Convivência Colaborativa” criado pelo Instituto PLANET, inédito no país e que se estende às residências a fim de estimular o desenvolvimento de uma cultura voltada para a economia doméstica e coletiva.

– A gestão da cidade, com atuação do instituto junto à educação popular, além do auxílio ao poder público na vigilância do respeito às normas estabelecidas pelo plano diretor, especificamente elaborado para o núcleo urbano.

– E a instalação de um biosite, equipamento que irá distribuir sinal de internet grátis nas áreas institucionais do empreendimento.

Para Susanna, “são imensuráveis os ganhos frente aos custos da Smart City Laguna, sejam eles financeiros, sociais ou ambientais”. 

Isso porque os retornos práticos após a entrega do projeto serão inúmeros em relação a infraestrutura, inovações sustentáveis, tecnologias, inclusão social, meio ambiente e arquitetura e urbanismo locais. 

“Nosso projeto busca colocar o cidadão como o centro da cidade e projetá-lo a uma condição de viver além de morar, o que não tem preço”, completa a empresária.

Como se não bastasse a implantação de sistemas e recursos sustentáveis que garantirão maior eficiência à smart city brasileira, a executiva da SG ainda afirma que os envolvidos com a obra têm se dedicado a um estudo que visa a implantação de uma usina geradora de energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas, que tem por finalidade proporcionar uma economia de 15% a 20% para os futuros moradores.

Outro estudo específico, encomendado pelo Grupo Planet e que pode se tornar referência à construção civil, traça parâmetros técnicos de infraestrutura aplicados a uma cidade inteligente. 

Após revisado, o material servirá de base para a criação de um selo de certificação internacional voltado a determinação e níveis de qualificação de empreendimentos do tipo. 

Um corpo técnico especial ainda avalia a possibilidade de submeter a Smart City Laguna a uma certificação de concepção de parâmetros AQUA-HQE, segundo revela Susanna.


Ficha técnica

Smart City Laguna

Área construída  330 hectares

Ano de entrega 

Primeira fase: dezembro/2017
Segunda fase: dezembro/2020

Realização 

Grupo Planet

Construção 

SG Construtora, do Grupo SG Desenvolvimento

Pavimentação de intertravados 

SG Premoldados

Tecnologia de fôrmas

Construção de casas 

OLÉ Casas


Parcerias nos setores de comunicação, energia e tecnologia 

Arup
Clevergy
Dellavale 
Enel
TIM Brasil
Tyco
Urmet

Plano de Ação Florianópolis Sustentável é lançado com apoio do BID e CAIXA

Comunidade de Imprensa



Cidade apresenta ótimos índices sociais e de educação. Mobilidade e uso do solo são as áreas mais críticas

Florianópolis, Santa Catarina - A Prefeitura Municipal de Florianópolis lançou hoje o Plano de Ação Florianópolis Sustentável, sob a metodologia da Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES), com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da CAIXA. 

O processo envolveu etapas de diagnóstico, priorização de áreas e o desenvolvimento de soluções sobre os desafios de desenvolvimento de médio e longo prazo da cidade.

Com base nos estudos realizados, o Plano de Ação está fundamentado em cinco eixos principais, de acordo com seu nível de necessidade: 

mobilidade urbana, 
gestão integrada do saneamento básico, 
uso do solo, 
vulnerabilidade a desastres, 
e gestão pública moderna. 

Além deles, o Plano também faz uma série de propostas intersetoriais tendo por base a eficiência energética e o uso de energias renováveis.

A gestão integrada do saneamento básico e abastecimento de água, por exemplo, foram considerados temas que requerem mais atenção da administração municipal, visto que tendem a se agravar seriamente nos próximos anos. 

As perdas no sistema de abastecimento de água potável em Florianópolis somam aproximadamente 45%, uma situação mais fortemente sentida em épocas de alta temporada turística.

Os bons índices sociais e de educação refletem-se na competitividade do município, considerada boa, mas com possibilidades de avanços. 

Outra área na qual os indicadores mostram potencial de melhora é o emprego, em especial na questão da formalização da força de trabalho. 

Embora os dados mais recentes indiquem uma taxa de desemprego de 5%, mais de 40% da força de trabalho não está formalizada.

Apesar de contar com bons indicadores, a dimensão urbana é também aquela que apresenta setores mais críticos, com reflexos importantes para todas as outras áreas da cidade. 

Os temas de mobilidade e uso do solo foram avaliados como críticos, evidenciando a urgência com a qual devem ser tratados e o risco que eles representam para as áreas avaliadas positivamente.

Na gestão pública, a prefeitura enfrenta importantes desafios institucionais a serem vencidos no sentido de tornar os processos mais eficientes, integrar ações e aumentar sua capacidade de ação no território. 

A falta de um centro administrativo próprio é um complicador para a superação desses desafios. Além disso, estudos adicionais realizados pela Microsoft no município mostram que o município tem muito a avançar com respeito ao uso da tecnologia na gestão pública, tanto do ponto de vista de infraestrutura quanto de sistemas.

Sobre a ICES

Para atender as necessidades e desafios das cidades emergentes, o BID criou a Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES), que desenvolve diagnóstico e propõe ações urbanas focadas em três dimensões da sustentabilidade: 
ambiental e mudança climática; 
urbana; 
e fiscal e governança.

Atualmente a ICES realiza projetos em mais de 45 cidades da ALC, dentre as quais 25 já se encontram em fase de execução dos Planos de Ação. 

Até o final de 2015, o objetivo é que a iniciativa esteja presente em 52 cidades, beneficiando uma população estimada em 52,8 milhões de pessoas na América Latina e Caribe.

Palestra: Green Business - Finanças e Oportunidades de Negócios



Financiamentos Internacionais, Matchmaking e Relações Internacionais, Estruturação e Modelagem de Negócios, Elaboração de Planos de Negócios, Expansão e Gestão Corporativa e Capital Verde (Green Bonds, Créditos de Carbono, Cota de Reserva Ambiental).




Telhado extra dá eficiência energética à casa

Redação do Site Inovação Tecnológica 


                               O segredo da eficiência energética está no telhado adicional 
                         em formato de V.[Imagem: University of Malaya]

Casa energeticamente eficiente

O professor Wen Tong Chong, da Universidade da Malásia, acredita ter encontrado o projeto ideal para uma casa mais ambientalmente correta em regiões tropicais.

Seu objetivo foi obter um equilíbrio entre um "conflito ambiental" que incomoda os arquitetos: como conciliar a crescente demanda de conforto, com seu natural consumo de energia, e a necessidade de reduzir o consumo de energia por conta das mudanças climáticas.

Usar fontes renováveis de energia e aproveitar as variações naturais do clima parece ser uma resposta adequada, mas falar é mais fácil do que fazer.

Chong então idealizou um telhado superior em formato de V, que se projeta acima do telhado tradicional, criando as condições para gerar energia e aproveitar a iluminação natural.

Telhado inteligente

A estrutura em V coleta o vento e o dirige para uma série de turbinas situadas logo abaixo, gerando eletricidade.

A estrutura também aumenta o fluxo de ar dentro da casa por meio de aberturas construídas no telhado tradicional, melhorando a ventilação natural.

Além disso, um coletor de água da chuva é conectado a um sistema automatizado de resfriamento e limpeza que lava as células solares embutidas no telhado secundário, para manter seu nível de eficiência.

Finalmente, claraboias transparentes iluminam as áreas principais dentro da casa durante o dia, reduzindo a necessidade de iluminação artificial.


                               A estrutura conta com geradores eólicos, painéis solares com 
                         limpeza automática, coletores de água da chuva e tetos solares. 
                         [Imagem: University of Malaya]

Ganhos energéticos

Chong afirma que seu telhado adicional poderia suprir as necessidades de uma família de seis pessoas, gerando 21,20 quilowatts (kWh) de energia, e economizando outros 1,84 kWh por conta dos tetos solares.

Além disso, o sistema de ventilação poderia movimentar, em termos anuais, cerca de 217 milhões de metros cúbicos de ar e reduzir as emissões de dióxido de carbono em 17.768 quilogramas, enquanto o coletor de água da chuva poderia coletar cerca de 525 metros cúbicos de água.

O desenho do bairro pode impactar a saúde tanto quanto a genética

By Priscila Pacheco 


Bairros dotados de espaços públicos, mobiliário urbano e 

boas condições de segurança e acessibilidade impactam 
positivamente a saúde de seus moradores. 
(Foto: Otávio Almeida)

A conclusão a que podemos chegar com a análise do estudo The Case for Healthy Places (em português, “O caso dos lugares saudáveis”) cabe em uma frase: 

“O lugar onde uma pessoa mora pode ser um indicativo de saúde até mais confiável do que seu código genético”.


A afirmação, proferida por Melody Goodman, professora da Universidade de Washington, sintetiza a influência que o lugar onde moramos exerce sobre nós. A forma como diferentes bairros são desenhados tem um impacto considerável sobre a saúde física e mental das pessoas. 

As oportunidades e serviços que oferecem, os lugares de que dispõem, a organização do mobiliário urbano, as condições de segurança e acessibilidade – uma intrincada rede de elementos age sobre os organismos humanos, afetando-os positiva ou negativamente.

O estudo foi publicado em dezembro de 2016 pela Project for Public Spaces (PPS), organização sem fins lucrativos dedicada a ajudar as pessoas a criar e manter espaços públicos que contribuam para fortalecer as comunidades onde são inseridos. 

Para embasar as análises, a pesquisa utiliza o conceito de placemaking, uma estratégia holística para a criação de comunidades urbanas saudáveis. Resumidamente, trata-se do processo de planejar espaços públicos de qualidade que contribuem para o bem-estar da comunidade local. 

Se um bairro é planejado de acordo com os preceitos do placemaking – que envolve a participação dos moradores no planejamento do bairro, o reconhecimento de suas necessidades e desejos –, são consideráveis as chances de que seja um ambiente saudável e acolhedor para os moradores. 

Por outro lado, se o processo de planejamento falha em ouvir as pessoas e em oferecer a infraestrutura de que necessitam, os locais tendem a oferecer impacto negativo na saúde.

É nesse sentido que a diferença de desenho observada entre bairros de classe média ou alta e as periferias ou áreas mais pobres ajuda, também, a explicar as disparidades nas condições de saúde dos moradores. 

Pessoas de baixa renda e minorias étnicas e raciais costumam ter acesso limitado a parques e espaços públicos bem conservados nos lugares onde vivem, que são mais propensos a carecer de infraestrutura cicloviária, boas calçadas e condições adequadas de acessibilidade – fatores diretamente associados aos níveis de atividade física e saúde.
Infraestrutura de transporte ativo é chave para pessoas e lugares saudáveis

Hoje, o dia a dia nas cidades favorece problemas de saúde não só mais intensos, mas também diferentes dos observados antigamente. 

De obesidade à depressão e à exposição a um nível maior de poluentes, as causas e consequências de viver em ambientes urbanos sofreram mudanças ao longo das últimas décadas. 

“Tratar os problemas de saúde do século XXI requer soluções que considerem não apenas as causas físicas desses problemas, mas também as sociais, econômicas e ambientais”, afirmou o presidente e fundador da PPS, Fred Kent.

O placemaking pensa o planejamento dos bairros de forma abrangente e integrada, considerando os fatores mencionados por Kent. Dessa forma, ajuda a atenuar desigualdades e a melhorar a saúde das pessoas. 

Com esse objetivo em mente, um dos campos de ação do placemaking envolve a oferta de infraestrutura para pedestres e ciclistas, construção de parques e espaços públicos e melhorias de acessibilidade e segurança viária. 

Esses fatores encorajam o uso da bicicleta e a prática de atividades físicas em geral porque ou oferecem condições adequadas ou são eles próprios destinos que estimulam os trajetos a pé e de bicicleta.

Oferecer destinos onde as pessoas queiram e possam estar, 
com conforto e segurança, também contribui para a saúde 
(Foto: La Citta Vita/Flickr-CC)

Se a conexão entre saúde, prática de atividade física e o fomento aos modos ativos de transporte não é uma revelação inesperada, novos campos de pesquisa abrem-se diante dessa certeza. 

Conforme sugere o estudo, avaliar o impacto da criação de novos espaços públicos na quantidade de tempo que as pessoas caminham ou andam de bicicleta, bem como desenvolver novas ferramentas para medir os impactos econômicos da disponibilidade de infraestrutura para a mobilidade ativa, são duas possibilidades ainda pouco exploradas.

Os modos de transporte ativo, notadamente bicicleta e caminhada, trazem benefícios inquestionáveis tanto para a saúde das pessoas quanto para o ambiente urbano, que se torna mais seguro, acessível, convidativo e humano. 

Como, porém, as cidades podem lançar mão de planos, leis, projetos e investimentos para garantir a priorização desses modos por meio de mudanças práticas e robustas? 

O WRI Brasil Cidades Sustentáveis debate a questão na mesa “Como transformar as cidades através do transporte a pé e de bicicletas”, durante o IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília. 


USP discute as bases de um ecossistema de startups em São Paulo

Escola Politécnica e Instituto i-CORPS ampliarão parceria para formatar ação e conectar empreendedores e mentores

Por  - Editorias: Universidade


A metodologia do i-CORPS é a criação de um ecossistema 
que, além de treinamento específico, poderá dar origem a 
um programa de internacionalização de startups – 
Ilustração: Divulgação/LinkedIn Corporation

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No ano passado, a Escola Politécnica (Poli) da USP fez uma parceria com o Instituto i-CORPS Brasil para um projeto piloto com dez startups. 

A proposta era aplicar a metodologia do i-CORPS na formação de empreendedores na Universidade, ou seja, estimular a criação de startups para viabilizar pesquisas desenvolvidas na Poli.



“O resultado foi tão bom que, além de ampliar esse trabalho dentro da Poli, decidimos apoiar a construção de um ecossistema favorável às startups no Estado”, afirma o diretor da Escola Politécnica, José Roberto Castilho Piqueira, que se reuniu com o consultor do instituto, Flavio Grynszpan, entre 7 e 10 de abril, para discutir a ampliação do projeto.

“Nossa Escola Politécnica sempre teve um papel importante na promoção do desenvolvimento tecnológico, do Estado de São Paulo e do País.

Portanto, incentivar o desenvolvimento das startups é um passo natural e alinhado à nossa missão”, acrescenta Piqueira.


Dentro da Poli, a ideia é começar, ainda em 2017, um treinamento específico para que professores sejam formados como mentores; e outro, focado em pós-doutores, com o objetivo de abrir-lhes as portas do empreendedorismo. 

Também está sendo viabilizada parceria com uma empresa para que professores e alunos identifiquem suas demandas e desenvolvam startups adequadas aos desafios da empresa.


Foto: Assessoria de Imprensa da Poli


Numa perspectiva mais ampla, entram as ações desenhadas na proposta do Instituto i-CORPs Brasil e que terão o apoio da Poli:

criação de um programa para internacionalização de startups;
certificação de startups com treinamento i-CORPS;
organização de seminários setoriais que reúnam startups do mesmo segmento; congresso anual (ainda neste ano) com as startups participantes do treinamento;
inserção de novos parceiros no ecossistema, como os fundos de venture capital; promoção de negócios entre as startups;
e criação de um menu de serviços que os mentores podem oferecer além do que já fazem quando trabalham com as startups durante o treinamento.

A i-CORPS é uma metodologia criada por Steven Blank, professor de empreendedorismo de universidades como Stanford e Columbia, e que acabou tornando-se ferramenta de um programa do governo dos Estados Unidos para ampliar a competitividade da economia daquele país.

No Brasil, o método está sendo disseminado por Flavio Grynszpan, que criou o instituto com essa finalidade.

Segundo Grynszpan, já participaram do treinamento do instituto empreendedores de 84 startups e 48 mentores, profissionais experientes do mercado que trabalham como conselheiros de negócios nas startups.

Até o final deste ano, a expectativa é de que esse número chegue a 182 startups e 84 mentores. “Existe agora um número relevante de participantes do treinamento i-CORPS, o que justifica a formatação de um ecossistema no qual os empreendedores e seus mentores estejam inseridos e conectados”, afirma Grynszpan.

Como saber se o negócio é viável ou não

Na prática, a metodologia i-CORPS possibilita que os empreendedores saibam de antemão se a ideia de seu negócio é viável ou não. Seria um estágio anterior ao plano de negócios.

“Tratar uma startup como empresa é como tratar uma criança como adulto pequeno”, compara Grynszpan. O objetivo do i-CORPS, portanto, é aumentar as chances de uma startup crescer e se transformar em uma empresa.

“Essa metodologia permite limitar o tempo e o investimento ao mínimo necessário antes de se decidir por continuar ou abandonar o negócio”, explica.




Foto: Assessoria de imprensa/Poli


O treinamento começa com alunos e professores fazendo um desenho inicial do que pensam que é seu negócio. Esse desenho é feito em Canvas, uma ferramenta digital usada para gerenciamento e planejamento estratégico.

Ao longo do treinamento, recebem orientações sobre como agregar informações para validar o negócio, adequá-lo ou mesmo descartar a ideia. Todo o processo é acompanhado por mentores.

Parte essencial do treinamento, que traz informações estratégicas necessárias para saber se o negócio tem mercado ou não, é voltada para entrevistas com o mercado.

“O objetivo dessas entrevistas é checar se a tecnologia, produto ou serviço proposto resolve os possíveis problemas ou atende às demandas de seus clientes potenciais, se gera valor para eles e se o investimento no negócio vai realmente compensar para o empreendedor e possíveis investidores”, conta Grynszpan.

No final, os participantes fazem um balanço de suas jornadas, comparando o Canvas inicialmente desenhado com as mudanças promovidas.

O i-CORPS prevê ainda uma segunda etapa do treinamento, quando são trabalhadas estratégias para conseguir clientes e mantê-los o maior tempo possível, e também para definir os valores que podem ser cobrados dos clientes, de forma a remunerar o investimento feito na startup.

Da Assessoria de Imprensa da Poli

Congresso quer reduzir a proteção de 600 mil hectares de florestas na Amazônia

                Gado apreendido dentro dos limites da Floresta Nacional do Jamanxim na
 Operação Boi Pirata, em 2008. Foto: Nelson Feitosa/Ibama.

Comissão mista do Senado e da Câmara aprovou medida do governo Temer para reduzir a proteção da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. Texto vai a plenário

Uma comissão formada por deputados e senadores aprovou, no dia 11,texto da Medida Provisória 756/2016, que reduz os limites da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. 

Além disso, os parlamentares adicionaram mudanças em outras unidades de conservação, incluindo a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, também na Amazônia paraense, e o Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina. 

O texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado. 

A MP, enviada ao Congresso pelo governo de Michel Temer, reduz o tamanho da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, em mais de 600.000 hectares. 

Essas florestas passam a ser uma APA, a Área de Proteção Ambiental, que é um tipo de unidade de conservação que permite ocupação humana e atividades econômicas.

A Floresta Nacional do Jamanxin foi criada em 2005. Na época, o governo estava pavimentando a Rodovia BR-163, que liga Cuiabá a Santarém. 

Como pavimentação de estradas está ligada ao aumento do desmatamento, foi criado um mosaico de unidades de conservação no entorno da estrada, numa tentativa de frear a pressão do desmate nessas regiões.

Desde que foi criada, ela enfrenta pressões para ser reduzida. 

Parte do problema é que a área foi criada em uma região onde já havia ocupação humana. Só que essa ocupação legítima é pequena. 

Um estudo do próprio Instituto Chico Mendes (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, mostrava em 2012 que uma área de 77.000 hectares tinha ocupação legítima. 

A maior parte da ocupação humana é ilegítima, resultado de invasão e grilagem. Foi nessa região, por exemplo, que o Ibama fez a Operação Boi Pirata, em 2008, apreendendo gado dentro da Floresta Nacional. Ou seja, a medida provisória atende à regularização legítima de um grupo menor, mas também legaliza ocupações irregulares e grilagem.

A medida provisória foi muito mal recebida entre os ambientalistas. 

Para eles, a redução da proteção mostra que vale a pena invadir áreas públicas, desmatar e aguardar que elas sejam regularizadas. 

Um estudo do Imazon avalia que a redução dos limites da Floresta Nacional do Jamanxim vai aumentar o desmatamento na região – um aumento que pode chegar a 50%.

Além do Jamanxim, outras áreas protegidas podem ser reduzidas por outros projetos de lei que tramitam no Congresso. 

A bancada do Amazonas tem um projeto que reduz em 1 milhão de hectares as áreas protegidas no sul do estado.

Fonte: Bruno Calixto - ÉPOCA | Blog do Planeta.

Recuperação de matas ciliares de nascentes e mananciais terá R$ 200 milhões

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, a recobertura vegetal merece destaque durante a crise hídrica

Por: Christina Suppa




Vegetação ao redor da nascente do Rio São Francisco. 
Foto: Beto Novaes/EM/D.A Press

Durante a abertura do segundo bloco do seminário, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou que a pasta pretende lançar em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Programa Plantando Rios. 

O projeto já tem mais de R$ 200 milhões de orçamento e pretende reflorestar as matas ciliares de nascentes e mananciais. 

“A recobertura vegetal merece destaque durante a crise hídrica, pois sabemos de vários casos de sucesso pelo país em que a recuperação de nascentes aumentou a quantidade de água na região de forma rápida”, explicou o ministro.


Sarney Filho ainda destacou que o Fórum Mundial da Água, que acontecerá na capital em março de 2018, vai promover o diálogo sobre o uso global dos recursos hídricos. 

“Será um momento importante para estabelecer compromissos políticos com todas as nações participantes. E desde já chamo a atenção para o caráter plural e democrático do fórum. 

Pessoas do mundo todo podem participar para favorecer o amplo debate nos temas centrais do evento.”


O gerente de gestão pública Socioambiental do BNDES, Eduardo Bizzo, explicou que o Fundo Amazônia já captou mais de R$ 2,9 bi em doações para projetos em ações de prevenção, monitoramento, conservação e combate ao desmatamento na região. 

“É um mecanismo parecido com o REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), de pagamento por resultados. 

Cerca de 97% das doações são da Noruega, 2,5% da Alemanha e 0,5% da Petrobras”, explica.


Carbono
Cerca de 9 bilhões de toneladas de carbono podem deixar de ser lançados no ar apenas se as florestas forem mantidas em pé. 

“Até 2015, o Brasil deixou de emitir 5 bilhões de toneladas pelas ações de redução do desmatamento da Amazônia. 

Essa tem sido considerada pelos ambientalistas como uma das maiores contribuições para amenizar as mudanças climáticas no mundo”, avalia Bizzo.