Estratégias para o século XXI

Estamos hoje nos primórdios de uma revolução energética tão profunda e veloz como a que impulsionou a era do petróleo, um século atrás. 
Este novo sistema energético – altamente descentralizado, eficiente e baseado cada vez mais em recursos renováveis e no hidrogênio – já começa a surgir em outras partes do mundo. Sem uma liderança de visão, os Estados Unidos correm o risco de ser ultrapassado por seus competidores econômicos e comprometer sua credibilidade política no cenário internacional..


Acreditamos que a estratégia prestes a ser anunciada deverá ser avaliada na extensão em que incorpore os seguintes princípios de um sistema energético para o Século XXI:

1) Eficiência Energética: A Pedra Angular


Os investimentos em eficiência energética – a obtenção dos mesmos serviços de iluminação, cozimento, aquecimento, mobilidade e industrialização com menor necessidade de energia – são as primeiras medidas que deveremos adotar, e não as sugestões retrógradas do Vice-Presidente Cheney. Faz muito mais sentido econômico e ecológico obter mais de cada quilowatt ou barril do que cavar por mais carvão e perfurar por mais petróleo. Os avanços na eficiência do uso energético com melhores eletrodomésticos, prédios, automóveis e processos industriais já registraram reduções no volume de energia utilizada por cada unidade do produto econômico.

Entre 1973 e 1999, o consumo de energia nos Estados Unidos por cada unidade do produto interno bruto caiu em 41 porcento. Todavia, como comprovado pelos laboratórios nacionais do Departamento de Energia, os Estados Unidos poderiam reduzir sua relação energia/PIB em mais 10 porcento, através de políticas voltadas à melhoria de eficiência. O insucesso na manutenção dos avanços da eficiência elétrica contribuiu para os problemas energéticos da Califórnia. E a não-modernização das bem-sucedidas normas CAFE [sigla em inglês de Economia Corporativa Média de Combustível] levou aos recentes aumentos dos preços da gasolina. Será que a Casa Branca, cujo chefe do estado-maior dirigiu a Associação Americana dos Fabricantes de Automóveis (que tão bem conduziu o lobby para congelar as normas CAFE), recomendará normas e incentivos significativos para o incremento da eficiência dos automóveis?

2) Gás Natural: A Ponte para uma Economia Baseada no Hidrogênio

O gás natural é o combustível fóssil mais limpo e de maior crescimento, e apesar do recente aumento de preço, tornou-se o combustível escolhido para geração de energia. Entretanto, o desafio do gás natural não é a sua exploração em áreas ecologicamente sensíveis, como o governo aparentemente procura fazer, e sim o desenvolvimento de novos usos, altamente eficientes, para este combustível. Estes usos incluem co-geração, ou o uso combinado de calor e energia, e tecnologias da microenergia.

“Microenergia” é a expressão utilizada para descrever a tendência global inequívoca da geração de energia para unidades descentralizadas e eficientes, como células de combustível e microturbinas movidas basicamente a gás natural. É uma transformação tão profunda quanto a mudança do mainframe para o computador pessoal, gerando igualmente novas e significativas oportunidades de negócio. Agrilhoando o sistema energético dos Estados Unidos ao Século XX, os modelos nucleares e fósseis de grande porte limitarão a competitividade global da indústria energética dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, agravarão os problemas ambientais e de saúde.

3) Energia Nuclear e Carvão Limpo: Nostalgia Descabida


O provável projeto do Governo Bush de revitalizar indústrias que vêm padecendo de uma morte lenta há duas décadas é de causar perplexidade. O custo da geração nuclear é aproximadamente o dobro da de outras fontes energéticas existentes no mercado. Este gasto, combinado com a oposição pública, causou a quase paralisação de novas construções em todo o mundo. Investidores privados recusam-se a investir em energia nuclear. Maior subsídio governamental à energia nuclear seria um desperdício gigantesco de recursos públicos.

Os sinais que o governo realizará altos investimentos em “carvão limpo” indicam outro dispêndio imprudente do dinheiro dos contribuintes. O carvão é uma fonte de energia do Século XIX e o mais sujo dos combustíveis fósseis, prejudicando a saúde de milhões de pessoas a cada ano. É também uma indústria do ocaso, esvaziando postos de trabalho devido à mecanização. Com os níveis de emprego se reduzindo em 66 porcento desde 1980, os mineiros de carvão representam hoje menos de 0,1 porcento da força de trabalho dos Estados Unidos. Globalmente, o consumo de carvão está no seu ponto mais baixo desde 1984, tendo a China reduzido seu consumo em 27 porcento desde 1996.

4) Energia Renovável: Mais Rápida, Barata e Limpa


Outro recente disparate bem conhecido é que, devido à energia renovável representar atualmente cerca de 2 porcento da energia total dos Estados Unidos, desempenhará apenas um papel mínimo no futuro e portanto não desmerecedora de um apoio substancial. Poder-se-ia ter cometido o mesmo erro um século atrás com o petróleo, que representava 2 porcento do consumo energético em 1900, vindo a se tornar o combustível predominante no que alguns historiadores denominam o “século do petróleo.”

O petróleo surgiu inicialmente em mercados de nicho, crescendo rapidamente desde então. A energia eólica e solar estão fazendo o mesmo, crescendo globalmente a taxas anuais de dois dígitos, porém principalmente na Europa e Japão – onde o apoio governamental está criando um mercado vibrante e gerando empregos de alta tecnologia e exportação (vide abaixo).

Tendências Globais no Consumo de Energia, 1990-2000


Fonte                           Taxa Média de Crescimento Anual*
                                                    (percentual)

Eólica                           25,1
Solar fotovoltáica           20,1
Gás Natural                    1,6
Petróleo                         1,2
Nuclear                          0,6
Carvão                          -1,0

* Baseada na capacidade instalada de energia eólica e nuclear, remessas para energia solar e consumo de gás natural, petróleo e carvão.

 Hoje, a energia eólica é a fonte energética mundial de maior crescimento, registrando 27 porcento anuais, e é mais barata do que a geração a gás e carvão. O consumo de energia solar também está crescendo, particularmente no Japão e Alemanha, cujas políticas de energia renovável são bem mais eficazes do que nos Estados Unidos. Ironicamente, a política de energia renovável mais forte, em nível estadual, é a do Texas, onde uma lei promulgada durante a gestão de Bush, como governador, exige que as concessionárias forneçam uma determinada quantidade de energia de fontes renováveis. Será que poderemos esperar uma norma nacional para a energia renovável do ex-Governador, que tanto fala de introduzir suas histórias de sucesso Texano em Washington?

5) Hidrogênio: “O Petróleo do Futuro”


Poderá o elemento mais abundante do universo ser o elemento ausente na política energética de Bush? As empresas automotivas e de energia estão despejando centenas de milhões de dólares no desenvolvimento de células de combustível de hidrogênio para equipamentos eletrônicos portáteis, sistemas estacionários de energia e veículos a motor. A tecnologia do hidrogênio e de células de combustível poderá redirecionar o sistema energético global tão profundamente como a descoberta do petróleo e a invenção do motor de combustão interna, mais de um século atrás.

No início do ano, o Presidente propôs um corte de 48 porcento no orçamento de pesquisa de hidrogênio. Enquanto isso, como nas corridas tecnológicas anteriores, as montadoras alemãs e japonesas e as empresas de energia estão liderando a corrida do hidrogênio/célula de combustível, enquanto Detroit e Houston ficam para trás. Preservar a dependência no petróleo e deixar de preparar o terreno para um sistema de energia e transporte baseado no hidrogênio, enfraquecerá gravemente a segurança energética e diversidade nacional, reduzindo a competitividade das empresas norte-americanas nos ferozes mercados automotivos e energéticos.

6) Descarbonização: Não Recarbonização


Desde 1850, o sistema energético mundial vem se deslocando constantemente de combustíveis com alto teor de carbono para outros, de menor teor. Por razões de eficiência e disponibilidade, nos deslocamos da madeira para o carvão, do carvão para o petróleo e agora, do petróleo para o gás natural. A próxima mudança – para o hidrogênio – desponta no horizonte e os riscos da mudança climática exigem que apressemos sua chegada.

Durante os últimos anos, executivos da indústria do petróleo e automobilística reconheceram publicamente esta tendência de “descarbonização,” observando que a era o petróleo está chegando ao fim (vide abaixo). Entretanto, nossos líderes políticos são omissos em discutir com a população norte-americana a necessidade urgente de descarbonizar sugerindo, ao invés, uma filosofia de “combustíveis fósseis para sempre” que carece da visão de longo prazo que sua política energética alega possuir.

Executivos Industriais  x  Bush

Michael Bowlin, Diretor-Presidente, ARCO (hoje BP), Houston, TX, 9/2/1999:
“Entramos no início dos últimos dias da era do petróleo... Se não abraçarmos o futuro e reconhecermos a demanda crescente por uma vasta gama de combustíveis e, ao invés, ignorarmos a realidade,  então lenta – mas seguramente – ficaremos para trás.”

Robert Purcell, Diretor Executivo da IBM, Reunião de 2000 da Associação Nacional de Petroquímicas e Refinarias, maio de 2000:
“Nossa visão de longo prazo é de uma economia do hidrogênio.”

Frank Ingriselli, Presidente, Texaco Technology Ventures, Washington, DC, 23/4/2001:
“As forças do mercado, o verde e as inovações estão determinando o futuro da nossa indústria e nos impulsionando inexoravelmente em direção à energia do hidrogênio. Aqueles que não a buscarem... irão se arrepender.”

George W. Bush, candidato à Presidência, Pontiac, MI, 13/10/2000:
"Não importa quão avançada seja nossa economia, não importa quão sofisticados sejam nossos equipamentos, sempre dependeremos dos combustíveis fósseis."

Fonte: www.wwiuma.org.br

Ecocidades começam a ser aceitas

A casa e o bairro do futuro estão quase sendo uma realidade. Esta casa você  encontrará na China antes que em qualquer lugar

 

Vai chegar, em breve, em uma loja perto de você, uma casa zero carbono, circundada por um córrego que trata e recicla a água utilizada para você. O calor do sol gera eletricidade suficiente para prover energia para a casa inteira. O telhado verde e as paredes inteligentes da casa oferecem aquecimento radiante e resfriamento natural. Você e seus vizinhos irão para o trabalho de bicicleta ou andando e também terão a opção de compartilhar qualquer um dos veículos elétricos em suas estações de carregamento.

Esta casa do futuro está chegando, mas você a encontrará na China antes que em qualquer lugar. Pergunte a Harrison Fraker, Diretor da Faculdade de Design Ambiental da UC Berkeley, e ele confirmará que a China é “o” lugar para fazer a mudança mais rápida e agressiva. No país, cerca de 60% do esgoto é despejado sem tratamento, a população está se elevando e a taxa de destruição ambiental é a maior de todos os tempos. Além disso, o aquecimento global é a causa de quase meio milhão de mortes, com prejuízos ambientais que custam à China até US$ 200 bilhões por ano.

O envolvimento de Fraker começou quando a Berkeley foi convidada a trabalhar com o instituto de planejamento e design de Tianjin, para trabalhar com conceitos de trânsito para um sistema de veículos leves sobre trilhos. Os líderes da cidade queriam conselhos e protótipos para a forma como os bairros poderiam tirar melhor proveito das opções de trânsito verde, tais com atalhos para pedestres e bicicletas.

Essa solicitação, sozinha, marcou um desvio significativo do modelo atual utilizado pelo desenvolvimento residencial urbano na China: o Superbloco, um modelo que se baseia em uma infraestrutura centralizada de usinas elétricas e linhas de energia elétrica, estações de tratamento de esgoto e saneamento e um suprimento de água sanitária fornecidos pela cidade ou pelas empresas de serviço público da província.

Entre no Eco-bloco

O que acontece quando você adiciona a esse cenário algumas indústrias pesadas do nível da Arup, a empresa de consultoria global, o talento vindo de uma escola como o de Fraker, o exame minucioso internacional advindo da rápida aproximação das Olimpíadas de Pequim 2008 e uma dose pesada do melhor que a ciência de tecnologia limpa pode oferecer, incluindo máquinas eólicas, tecnologia fotovoltaica e digestores anaeróbicos? Muito rapidamente, um novo modelo de desenvolvimento ocupa o lugar do Superbloco. Chame-o de Eco-bloco.

Configurado para ser replicado para as massas, um conceito que, em realidade, coloca pressão mínima na infra-estrutura que está fora deste local e no meio ambiente natural - esta é a visão do futuro que está ganhando forma hoje. Amplamente auto-suficiente em termos de uso de energia e água, os Eco-blocos são desenvolvimentos neutros em relação ao carbono. Suas formas estimulam o andar, pedalar e o uso do transporte público. Toda água utilizada é reciclada no local; a geração de energia se dá no local e toda energia gerada a partir do lixo, do sol e do vento é usada para tratar a água da chuva e a água suja e fornecer água potável de alta qualidade para os moradores. Mesmo os resíduos alimentares e dos jardins serão convertidos em energia para energizar as casas.

Pântanos construídos e baixadas coletam e tratam a água para reuso, servindo ao duplo propósito de melhorar o valor estético de cada bairro e criar resíduos verdes que podem ser transformados em energia dentro de um digestor anaeróbico no local. E os Eco-blocos são configurados para usar 40% menos de energia do que o desenvolvimento padrão para esse tamanho.

Sob um programa chamado de Urban Sustainability Initiative, a UC Berkeley tem trabalhado na China, pesquisando tecnologias e configurações de comunidades sustentáveis para tornar o Eco-bloco uma realidade, primeiro como um protótipo, mas, em breve, para se espalhar pela China.

Em um esforço colaborativo enorme - envolvendo uma equipe interdisciplinar unida pela Faculdade de Design Ambiental da Berkeley, pelo Instituto de Design e Planejamento Urbano de Tianjin e pela Fundação Gordon Moore - a equipe tem trabalhado para integrar o melhor das tecnologias limpas em processos de tomada de decisão de áreas urbanas por todo o mundo em desenvolvimento.

Em 2006, representantes da UC encontraram chefes de governos centrais e locais na China para identificar um local adequado ao desenvolvimento de um protótipo de Eco-bloco, e foi assentado em Qingdao, um edifício de 600 unidades que será replicado 8,5 vezes por 23 hectares (56 acres) de terra.

O potencial para economias ambientais, sociais e em saúde que o Eco-bloco pode trazer é simplesmente enorme: se 18.333 Eco-blocos de 600 unidades fossem construídos, evitaria que a construção de 34 aterros sanitários, 42 usinas energéticas, 54 estações de tratamento de água e 51 estações de tratamento sanitário, em uma economia total de US$ 38.737.185.000.

Em um relatório de pré-viabilidade sobre os Eco-blocos, realizado pela ARUP em conjunto com a Universidade da Califórnia em Berkeley e Huahui Designs, a empresa estima que o governo chinês economizaria sozinho 1,3% de seu PIB por não ter de construir infra-estrutura adicional para suprir as demandas por energia, água limpa, distribuição de água e esgoto – e isso não está contando a economia dos custos associados atualmente com o tratamento da poluição ambiental ligados aos problemas de saúde, que atualmente utiliza cerca de 10% do PIB do país.

A boa notícia? A cidade ama a ideia. O Ministério da Construção também. E, de acordo com Fraker, a economia é, ao menos, um dos novos conceitos de eco-desenvolvimento propostos, que um gerente de propriedade pode fazer de um Eco-bloco um negócio lucrativo ao cobrar os proprietários das casas pela manutenção dos sistemas de energia, lixo e água. Fraker diz que diversos interesses dos grandes negócios estão bancando seu funcionamento, e as concorrências já começaram.

“Nas primeiras cinco mil unidades, a Siemens quer fazer o sistema do bairro funcionar”, disse Fraker. “E, depois, descobre-se que a maior produtora de eletrodomésticos da China – a Haier Corp. – está interessada em ser uma desenvolvente, como uma maneira de lançar todos seus eletrodomésticos que conservam energia e o que eles chamam de conceito de ‘casa inteligente’ ”. A aprovação da cidade de Qingdao e do Ministério da Construção daria luz verde a tais planos.

Da perspectiva de Fraker, tais desenvolvimentos das Ecocidades requererá uma forma completamente diferente de fazer negócios – ao menos, nos EUA – porque a forma como o sistema está configurado atualmente, ele diz, pende fortemente a favor de desenvolver rápido e sair, sem a mínima responsabilidade pelo impacto ambiental no longo prazo.

Em outras palavras, o desenvolvente depende de um suprimento de energia centralizado e eles apenas se ligam a ele, desenvolvem e entregam as chaves para o proprietário da casa, que acaba sendo quem paga a (s) conta (s) dali por diante, enquanto o desenvolvente apenas vende e vai embora. Os desenvolvimentos das Ecocidades, crê Fraker, requererá algum tipo de gerenciamento de propriedade com interesse próprio na operação e manutenção desses sistemas diferentes, distribuídos em pequena escala.

Por sorte, está ficando mais fácil criar Ecocidades e as mudanças inerentes que trazem conceitualmente consigo. “Arquitetos e planejadores estão novamente sendo reconhecidos como partes chave na conquista de um mundo melhor”, diz John Bilmon, “e estamos vendo agora algum progresso real no desenvolvimento e design na construção Eco”.

Princípios de desenvolvimento sustentável

Bilmon é Diretor Operacional da PTW Archtects e diretor do projeto do Watercube Project (Cubo d’Água) que a China está desenvolvendo para as Olimpíadas de Pequim. Em uma entrevista, ele disse que o maior condutor impulsionando o conceito de design de ecocidades, planejamento arquitetônico e desenvolvimento urbano talvez sejam os Princípios do Equador, em grande parte porque se aplicam à totalidade do ciclo de vida do projeto e, na maioria dos casos, requerem um monitoramento operacional após a conclusão do projeto e o investimento final da empresa.

Um conjunto voluntário de diretrizes, baseado em padrões ambientais e sociais usados pela International Finance Corporation, os Princípios do Equador foram desenvolvidos e adotados por bancos para identificar e gerenciar questões ambientais e sociais em projetos de empréstimos financeiros, e se tornaram um novo padrão de mercado, transformando projetos financeiros. Atualmente, mais de 50 bancos localizados na Europa, na América do Norte, no Japão e na Austrália se uniram ao projeto e estima-se que, juntos, organizaram cerca de 80% do projeto de empréstimo financeiro em 2003.

Embora o sol esteja atualmente brilhando para os planejadores urbanos, os incentivos serão centrais para a continuidade de levar à adoção de práticas verdes por ambos, desenvolventes e residentes. Richard Register, fundador do Ecocity Builders, sediado em Berkeley, Califórnia, acredita que os passos para uma ecologia da economia incluem algumas coisas básicas, como o que ele chama de “Lista” – de produtos e serviços e empregos que constroem e mantêm uma economia planejada, centrada ecologicamente, assim como aqueles envolvidos na reciclagem de materiais, e aqueles que se relacionam à lavoura orgânica e comunitária e restauração de áreas naturais.

Register acredita que pacotes de incentivos são essenciais para uma economia centrada na sustentabilidade – incentivos que incluem impostos e regulamentação de zonas, assim como outras leis e induções, como um comprometimento pessoal a comprar “verde”, que estimula tais produtos, serviços e negócios.

“Nesse momento, a maioria dos incentivos apoia amplamente a infra-estrutura destrutiva da expansão automobilística”, diz, acrescentando, “precisamos reconfigurar toda nossa abordagem de construção e manutenção de cidades se estas devem ser sustentáveis, e há ainda mais empregos e uma qualidade maior de prosperidade no caminho. Temos de ter coragem de mudar, então”. E isso significa mudar a forma como os incentivos são distribuídos e quais são anunciados.

A boa notícia é que os pacotes de incentivos para empresas locais (bem como para grandes empresas) estão claramente melhores. E porque há mais opções de incentivos disponíveis agora do que antes, o negócio de vendas verdes se tornou um ótimo negócio para se participar.

As ecocidades agora e no futuro

Para expandir a adoção de comunidades verdadeiramente sustentáveis e estimular mudanças no comportamento, será crítico reduzir o preço de todas essas tecnologias limpas que são a pedra angular do design urbano e do desenvolvimento das ecocidades.

Enquanto John Bilmon vê um movimento de retorno a algumas das tecnologias mais fundamentais na arquitetura – como uso de materiais naturais e sistemas de reciclagem de água, examinando como os sistemas de fluxo de ar funcionam melhor, e os impactos desses sistemas nos ocupantes das construções – enfatiza a responsabilidade que empresas, como a dele, têm em tentar fazer a coisa certa e convencer os clientes a também fazê-la.

“É parte de nossas responsabilidades como mentores continuar a tentar implementar, em climas políticos por vezes muito experimentais, os princípios que sabemos serem verdadeiros”, diz Bilmon. “Uma empresa estrangeira tem uma responsabilidade exemplar em demonstrar respostas apropriadas às considerações de ‘vanguarda’. Empresas estrangeiras podem realmente trazer novas ideias aos projetos, sem os constrangimentos geralmente impostos quando se trabalha apenas localmente e cai em um padrão de oferecer soluções pragmáticas, visando frequentemente satisfazer apenas considerações locais. Por conta da escala de nossos projetos, devemos considerar seus impactos urbanos e culturais mais amplos”.

Harrison Fraker também vê desafios culturais como um dos próximos grandes passos no estímulo as pessoas a adotarem um modo de vida “eco” em todo o mundo. “Uma das questões culturais (com os Ecoblocos chineses) tem a ver com o quão poderosas são as comunidades fechadas do ponto de vista de sua mercantilização para chineses”, notou. “Então, temos que fazer esses blocos desenvolverem identidades que captem a imaginação e satisfaçam a necessidade chinesa de pertencer a certo segmento na comunidade”.

As novas tecnologias ajudarão a mudar padrões de comportamento, bem como o impacto ambiental. Sistemas de modelação tridimensionais no computador estão permitindo aos arquitetos, designers e planejadores a realizar projetos e estruturas de formas inovadoras, e os avanços em telecomunicações e eficiências energéticas permitem a criação de modelos de comunidades planejadas, que não são mais limitadas pelas linhas de energia e características de suporte acima do solo.

Eric Corey Freed, chefe da organicARCHITECT, sediada em São Francisco, acredita que olhar para os princípios comunitários básicos é central para fazer grandes mudanças. “De fato”, ele diz, “precisamos focar nossa atenção no trânsito público mais do que em qualquer outra coisa. Houve grandes ideias para o trânsito público desde os anos 60, e estamos agora presos nesta mentalidade do ‘ovo e da galinha’, de não sermos capazes de construí-lo sem os passageiros, sem ter passageiros porque não é construído de forma provisória. Então, tecnologias como o monitoramento de tráfego e sistemas de controle são extremamente importantes de serem incorporados no planejamento urbano, ao design e desenvolvimento arquitetônico hoje”.

O esforço não começou tão recentemente, e irá demorar ainda mais para continuar a restabelecer o que a espécie humana destruiu. E talvez, não seja tão surpreendente que essas comunidades da próxima geração estejam surgindo na China, com sua combinação de necessidade ambiental extrema e governo autoritário. Mas há grande potencial para o futuro das ecocidades, para começarem a ser aceitas em todo o globo.

Eran Ben-Joseph, um professor de Arquitetura da Paisagem e Planejamento Urbano do MIT, lhe dirá, como me disse, que o interesse e o foco no planejamento urbano e o design arquitetônico ecocêntrico nunca foi tão forte; suas aulas sobre arquitetura da paisagem e planejamento urbano estão cheias de estudantes profundamente preocupados com as questões ambientais. “Vejo razões reais para esperança. Esses estudantes – eles serão os tomadores de decisão de amanhã, afetando a mudança, fazendo as escolhas corretas para o meio ambiente, para o planejamento urbano, e eles farão isso”.

Lara Abrams-Melman (Consultora sobre estratégia e questões de desenvolvimento dos negócios, sediada no Vale do Silício)

Já pensou em morar em uma cidade sustentável?

Você já imaginou um lugar planejado sob os princípios do “novo urbanismo”, no qual é possível morar, trabalhar, estudar e se divertir a curtas distâncias feitas a pé?


Uma cidade planejada para atender a todas as faixas socioeconômicas, com as maiores densidades populacionais próximas ao centro, evitando o congestionamento do tráfego. Esse lugar já existe e leva o nome de Lavasa, uma cidade indiana projetada e executada pela Hindustan Construction Company (HCC).

Totalmente planejada, o endereço foi anunciado como um “Hill station” (vilarejos de veraneio existentes na Ásia, situados a grandes altitudes e usados para fuga do grande calor do verão tropical).

O projeto foi apoiado na tendência de uma crescente urbanização observada. Nos próximos 40 anos, cerca de 400 milhões de pessoas migrarão para cidades indianas, sendo que essa migração levou quase 1000 anos se comparado à Europa, ou seja, o movimento acontecerá em um ritmo muito mais rápido.

A maioria das cidades indianas, atualmente, sofre com problemas de colapso da infraestrutura, por conta do aumento de população, falta de planejamento e má gestão. A causa subjacente é, claramente, a ausência de uma estrutura de governança robusta e responsabilidade perante à sociedade.

Isso traz, para as cidades existentes, sérios problemas de infraestruturas e incapacidade de resolução adequada desses problemas, o que faz com que haja uma demanda crescente por novas cidades.

Aprovado pelo governo de Maharashtra, em 2000, o projeto está sendo desenvolvido nas proximidades de Pune e Mumbai, ocupando uma área de 25 mil hectares (100 km²). Estão previstas quatro fases de execução, das quais, a Fase I (Dasve) estará operacional a partir de 2010 com quase 1.000 casas e 500 apartamentos. A última fase deverá ser entregue até 2021.

A cidade foi planejada para dar amplitude aos residentes, com a integração dos projetos urbanísticos à intensa presença de paisagens naturais. Dentro do Novo Urbanismo, todos os bairros possuem estrutura para atender a pé as necessidades diárias (escolas, supermercados e comércio em geral).

Os projetos urbanísticos são atemporais e há uma grande quantidade de espaços públicos, além dos projetos serem concebidos para proporcionar baixo impacto ambiental.

A biomímese tem ajudado a criar uma cidade vibrante que tanto reflete quanto honra seu ecossistema do entorno. Os telhados foram projetados para captar água, como folhas de Ficus, planta nativa da região. As ruas serão equipadas com canais rebaixados multilocais para distribuir a água pela cidade, como fazem as formigas, em seus ninhos.

Um pool de grandes empresas acreditou e investe no projeto, como Cisco, Wipro, Accenture, ACNielsen, Deloitte, Microsoft, Tata Indcom, Rothschild, entre muitas outras. A Lavasa receberá ainda o serviço de líderes mundiais em hotelaria, turismo, educação, negócios, saúde e indústrias, principalmente do ramo de hotelaria em busca de oportunidades na nascente cidade, como Accor, Ecole Hoteliere de Lausane, UK IBR, Fortune Select Dasve Hotel, Berlin University, Apollo Hospitals, Oxford University, entre outras.

Financeiramente, o projeto é uma grande “sacada” da HCC. Fundada em 1926, a empresa de construção civil tem sede em Mumbai, Índia, e é responsável por obras em diversos setores, incluindo transporte, energia, petróleo, e de construção de gasodutos, irrigação, serviços públicos e infra-estrutura urbana.

Com esse know-how, a empresa estabeleceu que todas as propriedades de Lavasa serão obrigatoriamente, construídas pela companhia. Além de garantir contratos por mais de dez anos, a HCC ainda pode contar com o grande poder de compra de uma companhia que será responsável pela execução de residências para 300.000 pessoas, o número previsto de moradores fixos da cidade.

Mas nem tudo são flores em Lavasa. A autorização para construir a cidade permitiu que a localidade se beneficiasse da água da Barragem de Varasgaon, uma das principais fontes de água para a cidade de Pune, que já enfrenta uma grave falta de água nos meses que antecederam a temporada das monções anuais.

Outra questão delicada é o modelo de liberação das terras florestais para fins comerciais. Estamos falando de mais de 25.000 acres de terras, com 60 quilômetros de paisagens de lago e montanhas.

Fonte: Agenda Sustentável

Educação ambiental: uma ação participativa

Por Júlio Santos, da Agência Ambiente Energia – Apesar das iniciativas de empresas, governos e uma série de entidades voltadas para a educação ambiental (EA), um sentimento fica bem nítido para quem vive o dia a dia da questão: falta uma maior coordenação das ações e programas para que os resultados sejam mais sólidos e produtivos. 
Atrás de mais eficácia na adoção das medidas e do fortalecimento das políticas públicas, um grupo de profissionais e militantes da área colocam em prática o primeiro fundo brasileiro voltado para a questão. A partir deste ano, o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) começa a fomentar ações, projetos e programas de EA.
O FunBEA é uma associação civil sem fins lucrativos. Por ser um fundo público não-estatal pode atuar em espaços e nichos onde os fundos de governo atualmente não atuam, apoiando iniciativas do campo da EA com maior agilidade, com menos burocracia e com maior rigor de monitoramento. O fundo, já em fase operacional na Universidade de São Carlos, está  com consulta pública aberta para a elaboração o seu estatuto social, até o dia 1º de março.
“O momento atual exige uma profunda reflexão de cada um de nós que tem algum envolvimento com a construção de sociedades sustentáveis. Precisamos coordenar ações para avançarmos na perspectiva de uma Educação Ambiental permanente, continuada, articulada e construída com a totalidade das populações do país. É necessário o engajamento em um processo de radicalização da construção da política pública de EA no Brasil”, diz o FunBEA.
Desta entrevista, por e-mail, à Agência Ambiente Energia, participaram Alexandre Rossi (UFSCar); Haydée Torres de Oliveira (UFSCar); Isabel G. P. Dominguez (prrefeitura municipal de São Carlos/CMAm); João Paulo Soterro (Fundo Florestal Brasileiro); Marcos Sorrentino (ESALQ/USP); Rachel Trajber (MEC); e Semíramis Biasoli (OCA/Laboratório de Educação e Política Ambiental/ESALQ-USP).
Da Agência Ambiente Energia – Como surgiu a ideia de criar o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental?
FunBea - A ideia da criação de um fundo próprio para o financiamento da Educação Ambiental (EA) reflete a experiência cotidiana de mais de três décadas de projetos desenvolvidos por profissionais e militantes da área, diante dos desafios jurídicos e operacionais para o fomento da EA. Há também a percepção de uma grande pulverização de recursos, utilizados em projetos dispersos. Se esses recursos estivessem em um Fundo, permitiria a articulação com uma rede de projetos, uma maior vinculação com políticas públicas e, consequentemente uma maior abrangência e eficácia.
O FunBEA é um fundo de interesse público, não-estatal (um fundo privado), para financiar ações estruturantes de EA que fortaleçam as políticas públicas na área. Além disso, um fundo público não-estatal poderá captar recursos junto à iniciativa privada, grandes ONGs e organismos internacionais, fontes de recursos que raramente são destinados aos fundos estatais. Esta iniciativa é de um grupo de profissionais e militantes, ligados a Universidades, ministérios e secretarias de Meio Ambiente e da Educação dos governos federal, estaduais e municipais, empresas, associações de cidadania e profissionais atuantes em diferentes coletivos de educadoras e educadores ambientais no país.
Da Agência Ambiente Energia – Quais são os pilares do fundo?
FunBEA – As principais características do FunBEA são: ser público, ágil e transparente; criar territórios educadores sustentáveis; e pautar-se pela Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e pelo Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis da Rio 92. O FunBEA é uma associação civil sem fins lucrativos. Por ser um fundo público não-estatal pode atuar em espaços e nichos onde os fundos de governo atualmente não atuam, apoiando iniciativas do campo da EA com maior agilidade, com menos burocracia e com maior rigor de monitoramento.
Por meio da participação crítica, do exercício do controle social pelo diálogo intersetorial junto à instituição e de mecanismos de descentralização que diminuam a burocracia e ampliem a transparência sobre os recursos e sobre as formas de participação, inclusive nas suas tomadas de decisão. Outra característica importante é que este fundo deverá promover e fortalecer políticas públicas de sociedade, com especial atenção aos Coletivos Educadores em sua missão de formação de cidadãos e cidadãs preparados e atuantes, capazes de formular, consolidar e avaliar políticas públicas para a construção de Territórios Educadores Sustentáveis.
Da Agência Ambiente Energia – Por que o fundo tem a Universidade de São Carlos como incubadora?

FunBEA -
A incubação do Fundo por meio de Projeto de Extensão da UFSCar está ligada ao fato de ser uma proposta ousada e desafiadora em termos de gestão de políticas públicas, vistas não somente como políticas de governo, portanto, também alinhada com uma abordagem participativa e colaborativa. A proposta inédita foi acolhida pela reitoria da UFSCar, tendo em vista a sua história de inovação e compromisso social. Assim que o Fundo estiver estruturado, essa universidade será mais uma das instituições participantes, por meio de seu corpo funcional e estudantil motivado por essa causa tão essencial.
Da Agência Ambiente Energia – Como será a forma de atuação do fundo?
FunBEA - De acordo com a proposta de Estatuto em construção:1) O FunBEA adotará um Regimento Interno, aprovado pelo Conselho Deliberativo, que disciplinará o seu funcionamento; 2) A gestão do Fundo será feita por meio de Conselhos (Deliberativo e Consultivo), comissões (de Finanças, Auditoria e Técnicas), um Comitê Executivo, uma Presidência do Conselho Deliberativo e uma SecretariaExecutiva; 3) Suas instâncias deliberativas terão representantes de setores governamentais, não governamentais, empresariais e universitários; 4) Serão financiados preferencialmente projetos que contribuam para a formulação, avaliação e implantação de políticas públicas em todo o campo da Educação Ambiental; 5) Os seus conselhos, comissões e comitê serão orientados pelo diálogo com as instâncias da sociedade (as Redes de EA e os Coletivos Educadores, entre outros) e do estado (o Órgão Gestor da PNEA, seu Comitê Assessor e as CIEAs, por exemplo) responsáveis pela formulação e implantação de políticas públicas na área.
Da Agência Ambiente Energia – Que mecanismos o fundo adotará para captar recursos para financiar novas iniciativas?

FunBEA -
Existem procedimentos específicos para captação de recursos nacionais e internacionais junto ao setor governamental e não governamental. Serão elaborados planos estratégicos de captação de recursos adequados aos organismos financiadores, os quais deverão ser aprovados pelos órgãos de gestão do FunBEA. O Fundo poderá receber tanto doações de pessoa física, quanto de pessoa jurídica. Cada projeto e programa gerido pelo FunBEA terá sua governança definida em contrato, além dos manuais operacionais detalhados.

Da Agência Ambiente Energia – Quando o fundo estará, efetivamente, operacional?
FunBEA - O FunBEA já se encontra em operação, respaldado nesta primeira etapa na incubação propiciada pela Universidade Federal de São Carlos, o que já permite operacionalizar algumas ações, inclusive com aportes de recursos dos parceiros apoiadores. Para o seu pleno funcionamento, estamos na fase da consulta pública para o Estatuto FunBEA. As contribuições poderão ser feitas no blog http://consultafunbea.blogspot.com, até 1º de março e sua aprovação está prevista para 5 de abril, em São Paulo, capital, em uma das Unidades do SESC-SP. Em seguida teremos uma primeira assembléia ordinária do Conselho Deliberativo, a construção do Regimento Interno, e o início da captação de recursos para editais. O início do funcionamento de fomento a ações, projetos e programas de EA está previsto para 2012.
Da Agência Ambiente Energia – Empresas, governos nas três esferas e outras entidades têm iniciativas na área de educação ambiental? Como os senhores avaliam este quadro no Brasil?
FunBEA - Elas são importantes, mas estão muito aquém das demandas apresentadas pelo atual contexto planetário. Estamos longe de corresponder às demandas de um país tão plural, gigantesco e complexo não só em tamanho e diversidade, mas também em questões socioambientais. O momento atual exige uma profunda reflexão de cada um de nós que tem algum envolvimento com a construção de sociedades sustentáveis. Precisamos coordenar ações para avançarmos na perspectiva de uma Educação Ambiental permanente, continuada, articulada e construída com a totalidade das populações do país. É necessário o engajamento em um processo de radicalização da construção da política pública de EA no Brasil.
Da Agência Ambiente Energia – As iniciativas parecem muito descasadas, os senhores não acham?

FunBEA -
Como dissemos logo na primeira resposta, ao invés de termos uma grande diversidade de ações articuladas e potencializadoras de transformações; percebemos, ao contrário, uma pulverização de projetos pontuais e dispersos que desaparecem sem deixar lastro. O papel do FunBEA deverá ser o de indutor de políticas públicas que promovam  sinergia entre essas iniciativas. É importante e necessário ter políticas públicas que compatibilizem e integrem as ações de EA e que não as pulverizem, e criar condições interinstitucionais para que os recursos na área sejam mais bem aproveitados. A definição de prioridades de financiamento para projetos que estejam sintonizados com as políticas nacional, estaduais e municipais de EA, definidas em foros amplos e representativos de todas as forças que atuam nesse campo, deve cumprir também um papel de estímulo à ação cooperativa no planejamento, implantação e avaliação de políticas públicas e projetos políticos pedagógicos em cada território deste imenso país.

Da Agência Ambiente Energia – Quais são os desafios jurídicos e operacionais para o fomento desta iniciativa no Brasil?
FunBEA - Os desafios jurídicos podem ser sintetizados na relação entre o caráter inovador da proposta e o conjunto de marcos jurídicos aplicáveis. Enquanto desafios, os operacionais estão em nossa capacidade de constituirmos uma estrutura e uma gestão que sejam ao mesmo tempo leve e eficiente; equipe tecnicamente competente e conceitualmente capaz; e, sobretudo, comprometida com a construção de territórios educadores sustentáveis. Buscaremos fomentar políticas, programas e projetos que promovam o fortalecimento local e capilarizado da EA, mas de forma coordenada e cooperativa. Necessitaremos, ao mesmo tempo, da força de uma instituição sólida, com comando e controle firme, transparente e participativo e do dinamismo de uma instituição flexível, descentralizada, monitorada e com o seu controle social forjado a partir da base.
Necessitaremos captar e administrar recursos oriundos de distintas fontes governamentais, não governamentais, empresariais e de organismos internacionais e ao mesmo tempo, dialogar com as peculiaridades dos atores diversos da EA, que fazem atividades extremamente significativas e muitas vezes não cumprem os pré-requisitos definidos pelas fontes de recursos. Acreditamos que o campo da EA é um campo emergente e forte, com condições de captar recursos: a EA só terá um avanço maior se trabalhar com gestão compartilhada – federal/estadual/municipal e todos com a sociedade civil organizada. Para evoluirmos temos que ter o financiamento da EA que tem o estado junto com os demais atores sociais, que não burocratiza, e que dialoga na carteira de EA dos demais fundos – esta arquitetura tem que ser construída.
Da Agência Ambiente Energia – Que avaliação os senhores fazem da Política Nacional de Educação Ambiental?

FunBEA -
Ao considerar o tempo decorrente de sua vigência (a formalização da lei nacional ocorreu em 1999; foi regulamentada em 2002 e implementada a partir de junho de 2003, com a criação do seu Órgão Gestor), constata-se que permanece uma Política em consolidação, para a qual o FunBEA terá sua contribuição. Uma leitura critica do seu texto já mostra nos seus primeiros artigos, uma concepção da EA reducionista voltada para a conservação ambiental. Uma das suas lacunas, constatada de forma praticamente unânime pelos seus gestores e por diversos atores da área, está no campo do financiamento da EA – não existem financiamentos e recursos públicos inclusive para órgãos públicos fazerem EA. O artigo 18 vetou a destinação de recursos fixos do orçamento público, isto é ruim, seria melhor que estivesse previsto. Iniciativas como uma Rede de Fundos que financiam projetos de EA são promissoras, mas enfrentam os avanços e retrocessos das políticas governamentais. Neste sentido, um fundo público, não estatal, pode cumprir um papel complementar, supletivo e talvez de criação de alternativas às dificuldades enfrentadas pelo estado no atendimento ao fomento da EA.
Outra questão emergente na PNEA diz respeito à EA como disciplina: se no ensino fundamental não deve ser uma disciplina, e isto tem se tornado um consenso; no ensino superior deve ser obrigatória a sua presença, devendo constar na PNEA – a EA não vai surgir no ensino fundamental de forma espontânea. Outra questão que pede reflexão diz respeito ao Decreto regulamentatório da PNEA e que define que o Comitê Assessor tem caráter consultivo: deve passar a ser deliberativo? Para o gestor pode ser difícil ter o seu poder dividido com um conselho deliberativo, mas para a sociedade é importante comprometer estas instituições que participam do conselho com a tomada de decisões, comprometendo-os sem amarrar o seu funcionamento.

Os hotéis sustentáveis do Guia Brasil 2011

Selecionamos seis das 43 hospedagens identificadas pelo Guia Brasil 2011 com o selo verde da sustentabilidade, para revelar as características que garantiram sua classificação. 
Entre elas está a Fazenda Campos dos Sonhos, de Socorro/SP, indicada também como "Hotel Sustentável do Ano". Este título, aliás, só foi criado na edição de 2009. 


FAZENDA CAMPO DOS SONHOS (Socorro, SP)
- Aquecimento solar;
- Uso de lâmpadas de baixo consumo de energia;
- Separação do lixo orgânico e do reciclável;
- Minhocário para tratar o lixo orgânico e transformá-lo em adubo para o pomar e a horta – que, aliás, abastecem o restaurante do hotel;
- Criação de bactérias decompositoras de resíduos inorgânicos;
- Estação de reciclagem de óleo;
- Acessibilidade: todos os quartos, chalés, áreas comuns e de lazer são 100% adaptados para pessoas com mobilidade reduzida – assim como as selas para os passeios a cavalo, as bicicletas e quadriciclos, as charretes e o gira-gira do parquinho. Os ambientes têm sinalizadores horizontais e verticais e placas indicativas em braile.

POUSADA DOM CAPUDI (Bombinhas, SC)
- Coleta seletiva de lixo;
- Transformação do lixo orgânico em adubo, que é usado na horta;
- Uso de energia solar;
- Economizadores de energia nos quartos;
- Uso de lâmpadas frias em vez de incandescentes;
- Reaproveitamento de água da chuva na irrigação dos jardins e na limpeza da área externa da casa;
- Ambientes decorados com peças de diversos artesãos da comunidade local;
- Restos de materiais de construção foram reaproveitados no estacionamento da pousada;
- Campanha de limpeza das praias.

Txai (Itacaré, BA)
- Programa Companheiros do Txai: o hotel apoia 23 famílias de pequenos agricultores da região, que recebem uma renda mensal para produzir alimentos 100% orgânicos. Os produtos abastecem o restaurante do hotel e o restante é vendido numa feira orgânica em Itacaré;
- Projeto Txaitaruga: visa proteger as tartarugas marinhas que desovam nas praias da cidade (e principalmente na Praia de Itacarezinho, onde está instalado o resort); os técnicos (capacitados pelo Projeto Tamar) monitoram mais de 30 km de praias, realizam oficinas nas escolas da região e tentam conscientizar os pescadores sobre a questão;
- Também por causa das tartarugas, a iluminação é bem suave nas alamedas do hotel próximas da areia;
- Apoio a projetos sociais na cidade;
- Resort fica numa área equivalente a 100 campos de futebol de Mata Atlântica preservada – e apenas 3% dessa área é construída;
- As paredes das áreas sociais são revestidas com casca de coco, os quadros da decoração são feitos com madeira reciclada, as luminárias são de corda de dendê e os tapetes, de palha de coco;
- O lixo orgânico é transformado em adubo e o restante é enviado a Ilhéus para reciclagem;
- Toda a água utilizada é tratada e serve para irrigar os jardins.

COSTÃO DO SANTINHO RESORT (Florianópolis, SC)
- Tratamento de água e de esgoto;
- Reutilização da água da chuva para lavagem das áreas externas do hotel e também para irrigação dos jardins;
- Usina de reciclagem de lixo – o orgânico vai para compostagem e o inorgânico, para reciclagem;
- Uso de lâmpadas econômicas;
- Óleo de cozinha usado é reaproveitado na fabricação de sabão.

IBITI HOTEL RURAL (Monte Alegre do Sul, SP)
- Separação do lixo orgânico e do reciclável;
- O lixo orgânico vai para compostagem e é transformado em adubo para o pomar e a horta;
- Praticamente não utiliza alimentos industrializados na cozinha: tudo vem da horta e do pomar da propriedade e tudo é feito por lá (pães, geleias, iogurte, queijos, licores – leite tirado da vaca na hora);
- Uso de energia solar – inclusive no aquecimento da piscina;
- Uso de material de demolição em algumas construções;
- Revertem os lucros da coleta seletiva de lixo para a comunidade local;
- Evitam gerar lixo desnecessário com embalagens de plástico ou latas.

Associação Mico-Leão-Dourado abre processo de seleção de Secretário Geral - enviar propostas até 11 fev 2011

Associação Mico-Leão-Dourado abre processo de seleção de Secretário Geral - enviar propostas até 11 fev 2011 

 
Edital de Seleção de Secretário Geral

A Associação Mico-Leão-Dourado – AMLD é uma instituição de direito privado, sem fins econômicos e de caráter técnico científico, que tem como missão conservar a biodiversidade da Mata Atlântica com ênfase na proteção do mico-leão-dourado em seu habitat.

Nossa meta é estabelecer até o ano 2025, uma população viável constituída por, pelo menos, 2.000 micos-leões-dourados vivendo livremente numa paisagem de 25.000 hectares de florestas protegidas e interligadas na atual região de ocorrência da espécie. Para isso, desenvolvemos ações de manejo e monitoramento da espécie, restauração de habitat, proteção de áreas naturais, educação ambiental, agroecologia, políticas públicas, fortalecimento institucional e mobilização social dentre outras.

Informações podem ser acessadas em www.micoleao.org.br.

Localização
Escritório na Reserva Biológica de Poço das Antas/ICMBio, Município de Silva Jardim, com atuação em toda a região da bacia hidrográfica do rio São João, Rio de Janeiro.

Interessados devem enviar os documentos abaixo, consolidados em um único arquivo pdf, para micoleao@micoleao.org.br, até 11 de fevereiro de 2011.

Intitule a mensagem: Secretário Geral.
Não serão aceitas aplicações enviadas por correio convencional.

Principais Responsabilidades
O Secretário Geral gerencia os recursos humanos, financeiros e logísticos da Associação, promove o fortalecimento institucional, desenvolvendo trabalhos técnicos inerentes à gestão e administração; elabora propostas de modelos de gestão e estruturação organizacional; conduz o desenvolvimento da política institucional; coordena e participa ativamente na captação de recursos para programas e projetos; é responsável pelo processo de planejamento estratégico e operacional e pela integração das iniciativas de conservação, pesquisas, monitoramento, educação e desenvolvimento organizacional; desenvolve trabalhos técnicos em conjunto com os Programas da AMLD e colabora com instituições parceiras; promove o aperfeiçoamento e a coesão da equipe técnica da AMLD e a capacitação comunitária para a conservação ambiental; contribui para a formação e o fortalecimento de parcerias com proprietários rurais, instituições de pesquisas e universidades, órgãos públicos e privados, outras ONGs, doadores, etc.; elabora relatórios técnicos e financeiros para financiadores de projetos; promove a divulgação dos trabalhos da AMLD para o público em geral; representa a instituição; participa de colegiados regionais e nacionais ligados à conservação.

Formação e habilidades
- nível universitário em áreas afins, preferencialmente com mestrado;
- pelo menos três anos de experiência comprovada em gestão institucional e/ou de projetos, com atenção para o planejamento, estabelecimento e acompanhamento de metas e resultados de curto, médio e de longo prazo;
- experiência em captação de recursos de fontes públicas e privadas (elaboração de projetos e orçamentos e relações com financiadores), nacionais e internacionais;
- capacidade de análise e solução de problemas;
- habilidades para negociação e tomada de decisões de conteúdo técnico, financeiro e estratégico;
- habilidades para lidar com diversos parceiros;
- gestão de informação;
- gestão de recursos humanos;
- gestão de recursos financeiros, capacidade e criatividade para superar adversidades do trabalho em áreas remotas.

Requisitos Indispensáveis
- forte motivação para a conservação da biodiversidade e espécies ameaçadas da Mata Atlântica;
- espírito de liderança; excelente comunicação interpessoal e com o público de uma forma geral, inclusive para proferir palestras em nível profissional;
- experiência em gestão de recursos humanos e gestão orçamentária;
- fluência oral e escrita em português e inglês;
- disponibilidade para residir na região (120 Km da Capital RJ);
- autonomia no uso das ferramentas do MS-Office;
- iniciativa, dinamismo, pontualidade e criatividade;
- disponibilidade para viagens nacionais e internacionais;
- Carteira Nacional de Habilitação válida.

Requisitos Desejáveis
- experiência anterior em organizações da sociedade civil, habilidades para o treinamento de outros profissionais, capacidade de trabalhar sob pressão e de gerenciar o tempo, habilidades para lidar com a imprensa, versatilidade para atuar em diversas frentes de trabalho, familiaridade com temas relacionados à biologia da conservação e à gestão de áreas protegidas;
- noções básicas de ecologia de paisagem, restauração florestal, manejo de espécies ameaçadas, agroecologia, educação ambiental, geoprocessamento e processos de formulação de políticas públicas;
- ter comportamento pró-ativo, buscando desafios e crescimento, ser assertivo e auto direcionado; grande capacidade de adaptação, comunicação e relacionamento interpessoal com equipe multidisciplinar, sendo um negociador nato;
- ter visão estratégica, capacidade de análise de fatos e situações;
- ser focado e ter senso de prioridade;
- deve inspirar credibilidade profissional e pessoal;
- atuação deve ser pautada pelos mais elevados princípios éticos, pelo respeito e pela responsabilidade, demonstrando austeridade, diligência e imparcialidade no tratamento de informações.

Condições de trabalho
- remuneração compatível com o mercado de trabalho das organizações não governamentais ambientalistas brasileiras;
- jornada ordinária de 40 horas semanais;
- escritório localizado a 8 Km da área urbana, transporte;
- equipe integrada e experiente;
- acesso a tecnologias de ponta em biologia da conservação;
- ambiente de trabalho amigável e produtivo;
- oportunidades de treinamento profissional e de interação com conceituadas instituições e profissionais nacionais e internacionais, e de viagens nacionais e internacionais.

Documentos
- Carta de apresentação demonstrando aptidão ao cargo e pretensão salarial;
- Currículo (máximo de seis páginas) com todos os contatos do candidato;
- Cartas de recomendação de três referências profissionais devidamente identificadas com nome, função e contatos (telefone e endereço eletrônico).

Fonte:http://www.ecobrasil.org.br

Living Light informa a qualidade do ar da cidade de Seul

Localizado no Peace Park, em frente ao World Cup Stadium, em Seul, fica uma instalação de arte funcional que permite ao cidadão saber sobre a qualidade do ar da sua cidade.

A cobertura do Living Light é composta por 27 blocos que representam as áreas onde o governo coreano opera estações de monitorização de ar.
Se for registada uma melhoria na qualidade do ar em determinada área o bloco respectivo indica através de luzes na cobertura.
Os blocos são igualmente iluminados, quando os usuários enviam solicitações de informações de mensagens de texto para a estrutura.

Living Light informa a qualidade do ar da cidade de Seul
A cidade de Seul já exibe, online e, em tempo real a informação sobre a qualidade do ar, sendo a instalação Living Light uma extensão desse mesmo sistema.
A instalação Living Light foi projecta e construída pelo atelier Lab Architecture em parceria com a Universidade de Columbia e, patrocinado City Gallery.
Fonte: Gizmag

A VIDA EM UM DIA -lançamento 27/01 - assista ao documentário

O que os hotéis estão fazendo pela sustentabilidade?



A hotelaria vem percebendo que precisa oferecer muito mais aos clientes do que apenas uma boa noite de sono. Pensando nisso, alguns deles estão se tornando eco-friendlies. Confira algumas ideias colocadas em prática por meios de hospedagem:
- Aria Resort & Casino, em Las Vegas, Estados Unidos

Localizado no centro do complexo MGM International Resort de 76 acres, o Aria ganhou seis certificações Leed Gold devido às suas iniciativas inovadoras. Sua construção contou com mais de 200 mil toneladas de resíduos de construção. Além disso, suas limusines são alimentadas com queima limpa de gás natural e a refrigeração da área do cassino também é sustentável;


- Resort Emirates Wolgan Valley & Spa, em Wolgan Valley, na Austrália 

Construído em 2009, rapidamente atingiu seu objetivo de ser um hotel de carbono neutro. Sua mobília foi criada a partir de árvores que caíram nos quase 4 mil acres do empreendimento e as luminárias, de postes que remontam ao período colonial. O estabelecimento foi contemplado com um selo de excelência e o Prêmio Ambiental da Leading Hotels 2010;


- Crowne Plaza Copenhagen Towers, em Copenhagen, na Dinamarca 

Seu prédio, de 279 metros, é coberto de painéis solares. O hotel utiliza águas subterrâneas como fonte de aquecimento e refrigeração. As TVs e iluminação são de baixo consumo de energia e alguns artigos de banho, como garrafas de shampoo e touca, são totalmente biodegradáveis; 

  

- Proximity Hotel, em Greensboro, na Carolina do Norte 

Recebeu certificação Leed Platinum do Green Building Council dos Estados Undios. Possui 70 características sustentáveis, incluindo 100 painéis solares e um elevador que gera eletricidade enquanto viaja. O hotel utiliza 39% menos energia e 34% menos água que os hotéis similares.

(Redação)

Fórum discute importância das florestas para sustentabilidade do planeta

Afinal, qual é a importância das florestas não só para o equilíbrio fundamental do planeta, mas também para a sobrevivência das populações humanas?


Já se sabe que alguns dos serviços ambientais essenciais oferecidos pelas florestas são a regulação do clima, a manutenção e oferta de água e de alimentos. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização.
Para discutir a proteção em caráter emergencial das florestas de todo o planeta, representantes das Nações Unidas estão reunidos desde segunda-feira (24), em Nova York (EUA), no 9º UNFF (Fórum das Nações Unidas para Florestas) com o propósito de estabelecer agendas internacionais comuns em torno deste objetivo.
Durante duas semanas, os países membros vão debater a importância das florestas para o bem-estar e garantia da sustentabilidade das próprias populações humanas, sem se limitarem à questão da produção e do mercado florestal – focado no fornecimento de madeira -, tônica que sempre permeou essas discussões.
De acordo com João de Deus, diretor do Departamento de Florestas do MMA, no Ano Internacional de Florestas (2011), o lema da campanha da ONU pretende lembrar a todos que a conservação florestal não é um obstáculo ao desenvolvimento.
“As comunidades podem desenvolver suas economias em um processo que esteja associado à habilidade de se conseguir manter os recursos a longo prazo”, comenta.
Outros temas como a preservação da biodiversidade (especialmente em florestas tropicais, que apresentam megadiversidade), redução de sua perda e manutenção de florestas como estratégia de mitigação dos efeitos de mudanças climáticas serão pautados no Fórum.
O principal ponto que o Brasil pretende defender é o manejo adequado de florestas tropicais como instrumentos de mercado. João de Deus explica que existe a possibilidade de um modelo de desenvolvimento em que as florestas vão auxiliar no processo socioeconômico das comunidades, feito a partir da utilização de recursos múltiplos destas áreas.
“Ao gerar esta multiplicidade de usos, este modelo prevê que a pressão econômica sobre os recursos florestais deve ser compatibilizada com a sua conservação a longo prazo”, argumenta.
A reunião vai avaliar como cada país membro pode implementar tais mudanças e socializar ideias e sugestões em busca de novas iniciativas.
Manejo florestal – João de Deus afirma que os atuais padrões de manejo florestal têm se mostrado insatisfatórios. Ele explica ainda que a criação de novos modelos vai exigir novas tecnologias e desenvolvimento de conhecimento, além de investimentos em pesquisas nesta área.
“A cooperação deve trabalhar firme e rapidamente nesse processo. Perdemos muito tempo com a propagação da ideia de que o manejo florestal seria uma única solução para todos os males”.
O manejo florestal é o documento técnico que contém o planejamento para a exploração de determinadas espécies madeireiras nas florestas. Implica no manejo da floresta que extrai da mesma apenas o que ela conseguiria repor naturalmente, sem que isso comprometa o equilíbrio do ecossistema e sua capacidade de regeneração florestal, sem colocar em risco sua cobertura vegetal. (Fonte: Carine Correa/ MMA)

Documentário “Lixo Extraordinário” recebe indicação ao Oscar

Fórum Econômico Mundial começa em Davos, na Suíça

Elite política, econômica e cultural se reúne para debater um planeta que vive um cenário de transição


De um lado, alta de preços de matérias-primas que lembra o período anterior à crise de 2008. De outro, países afundados em dívidas provocadas justamente pelos esforços para sair do atoleiro financeiro global.

É um cenário em transição que a 41ª edição do Fórum Econômico Mundial projeta do alto da montanha de Davos (Suíça) a partir desta quarta, dia 26, onde se reúne a elite econômica, política e cultural do planeta, do qual só se participa devidamente convidado.
– As placas tectônicas ainda estão se deslocando, essa reacomodação gera incertezas. Em vez de um mundo multipolar, a perda de poder dos Estados Unidos está gerando um mundo apolar – avalia o ex-ministro da Economia Marcílio Marques Moreira.
O Brasil será representado por um trio de técnicos – o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, e os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do BNDES, Luciano Coutinho. Um dos maiores interesses do Brasil é discutir câmbio e protecionismo – dois temas da reunião.
– Esse mundo novo é mais complexo e mais difícil de administrar. Há uma nova constelação de poder no mundo, que requer novos organismos e instituições – destaca o embaixador Roberto Abdenur, com experiência nos EUA e na Alemanha.
É sintomático que o tema da segurança alimentar, sempre levantado por países pobres, tenha precedido a abertura do fórum suscitada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, convidado a Davos. No comando do G-20, o francês propôs medidas para conter o preço das commodities, sob a alegação de que a alta contínua pode suscitar revoltas populares.
– É difícil que prospere essa espécie de Conab global proposta por Sarkozy, porque não interessa nem aos Estados Unidos nem ao Brasil, dois grandes produtores de matérias-primas agrícolas – avalia José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

ZERO HORA